A realidade e as palavras

"Quando te questionarem acerca dAquilo, nada deves negar ou afirmar, pois o que quer que seja negado ou afirmado não é verdadeiro. Como poderá alguém perceber o que Aquilo possa ser enquanto por si mesmo não tiver visto e compreendido? E que palavras poderão então emanar de uma região onde a carruagem da palavra não encontra uma trilha por onde seguir? Portanto, aos seus questionamentos oferece apenas o silêncio. Silêncio... e um dedo apontando o caminho." -Siddhartha Gautama, o Buda






quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mostra-me o Teu Rosto Original

"Mostra-me o teu verdadeiro rosto, o rosto original que tinhas antes dos teus pais serem nascidos." -Koan Zen
Os outros têm de ti apenas uma representação. Aos outros apareces como objeto. Mas tu, a ti mesmo, vives-te como sujeito. Aquilo que és verdadeiramente é a  vivência subjetiva que tens como sujeito de percepções e experiências. Tu és Aquele que vê e não aquilo que é visto. A tua dimensão como sujeito jamais poderá surgir no campo de percepção do outro. O outro apenas pode vivenciar a sua própria subjetividade que a ti é invisível. Somos todos invisíveis uns para os outros! É só ao nível interior que a realidade ultima é "experienciada", que  contactamos aquilo que constitui a nossa verdadeira natureza, o ser autêntico de cada um de nós.  Em ultima instância apenas a consciência é real, pois a consciência é a condição de toda a experiência.  

A pessoa separada não existe. A sensação de sermos indivíduos separados é ilusória. Origina-se da identificação com o corpo e a história. A pessoa é a experiência; a consciência é a capacidade de experimentar. A consciência não é nenhum atributo individual. É de natureza impessoal e universal. Tu não és diferente de mim. Somos apenas diferentes ondas de um mesmo oceano de existência. Todas as distinções aparentes são emanações de um único campo universal de inteligência. Não existe outra realidade além da consciência única da qual todos participamos. Dessa linha invisível, subjacente a todos esses centros de percepção que emergem como os nossos corpos aparentes. Não existe nada a distinguir e a separar duas gotas de água que se elevam do oceano. E todo o oceano se manifesta em cada gota! 

1 comentário:

  1. As muitas faces do mesmo diamante! É isto que somos, objetiva e individualmente!

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